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As linhas de antecipação da restituição do Imposto de Renda oferecidas pelos bancos podem não valer a pena para contribuintes que não tenham dívidas caras, afirmam especialistas.
Os bancos começam já começam a ofertar as linhas de crédito voltadas para a declaração do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) a partir desta segunda-feira (2).
O contribuinte precisa entregar a declaração ao fisco e informar a conta corrente do banco no qual prefere receber a restituição —e é apenas nessa instituição que será possível acessar o empréstimo.
Entre os grandes bancos —BB (Banco do Brasil), Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco e Santander— apenas a Caixa exige a ida do cliente até uma agência física. Nos demais, a solicitação do crédito pode ser feita por aplicativo e internet banking.
As taxas de contratação variam em cada instituição e também dependem do perfil do cliente e do nível de relacionamento com o banco.
Especificamente no BB, a taxa ainda varia conforme o canal de contratação utilizado. Para os clientes que contratarem pelo aplicativo ou internet banking, a taxa é a partir de 1,49% ao mês.
Já para os contribuintes que solicitarem a linha por meio de outros canais, os juros partem de 1,59% ao mês.
No Bradesco, as taxas começam em 1,79% ao mês, enquanto no Itaú, em 1,90% ao mês. No Santander, os juros para a linha são a partir de 1,69% ao mês. A Caixa não informou as taxas para a modalidade.
Já em relação ao prazo, os bancos sugerem que o pagamento seja feito no dia em que a restituição é paga pela Receita Federal. Caso a Receita não pague neste ano, os prazos variam: no BB, o pagamento do crédito pode ser feito até janeiro de 2021. No Bradesco e na Caixa, até o último dia útil de setembro. Já no Itaú e no Santander, a dívida pode ser quitada até 20 de dezembro.
Os valores mínimos e máximos também mudam de banco para banco. Todas as instituições permitem que seus correntistas antecipem 100% do valor a ser restituído —com exceção da Caixa, que limita a 75%.
No BB, o limite do valor para o empréstimo é de R$ 20 mil. Já no Bradesco, o crédito vai de R$ 200 a R$ 50 mil. Na Caixa, variam entre R$ 610,00 e R$ 30 mil e o Santander possui apenas um valor mínimo de contratação de R$ 100.
No Itaú, os clientes de Varejo e Uniclass podem contratar de R$ 200 a R$ 5.000, enquanto os clientes Personalité podem contratar até R$ 10 mil.
Os especialistas afirmam, no entanto, que é preciso ponderar todas as características exigidas pelo banco para que o contribuinte avalie se a contratação da linha vale a pena.
Segundo o professor de economia da FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado) Johnny Silva Mendes, mais importante do que pensar no valor a ser antecipado, é preciso pensar nas taxas cobradas pelo empréstimo.
“Quem pensa em antecipar a restituição, está preocupado com as dívidas. Então basta avaliar qual é o juro mensal da dívida e compará-lo com a linha da restituição. Se a dívida for mais cara, vale a pena antecipar. Caso contrário, é melhor esperar”, diz Mendes.
Ele afirma, ainda, que especificamente em dívidas de cartão de crédito e cheque especial, a antecipação da restituição pode ser bastante benéfica. “De qualquer forma, é preciso comparar”, diz.
A expectativa para a demanda da linha entre os bancos é positiva. Segundo Flavio Iglesias, diretor do Itaú, a contratação pode ser a solução para quem precisa reorganizar as finanças pessoais.
“Como são operações mais controladas e com menor risco, é possível oferecer taxas menores. Além disso, a possibilidade de um pagamento único dá mais fôlego aos clientes”, afirma Iglesias.
“Na Caixa, a expectativa é de um crescimento nas contratações ante volume concedido no ano de 2019”, afirma o superintendente nacional de crédito para pessoa física da Caixa, Jaime Daniel da Silva.