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Em um futuro próximo, quando uma pessoa ou empresa precisar de um empréstimo, não vai mais precisar ficar preso a um ou dois bancos em que tem conta. Com a implementação do chamado Open Banking, grandes bancos, fintechs e cooperativas poderão competir em pé de igualdade por esse cliente, favorecendo condições melhores em relação a taxas e prazos.
Essa é a inovação prometida pelo Banco Central, que tem movimentado o setor financeiro nos últimos meses com a implantação do sistema em quatro etapas. Pequenas e grandes instituições financeiras correm para integrar seus sistemas dentro do prazo. A primeira e a segunda fases foram adiadas uma vez cada, mas já estão valendo. Elas contemplam uma base de adequação e compartilhamento de dados para os próximos passos, que têm outros desafios.
A terceira fase, que marca a junção entre Open Banking e o sistema de transferências instantâneas Pix, estava marcada para começar no dia 30 de agosto, mas foi adiada para 29 de outubro, em um acordo firmado entre BC, bancos e fintechs. A grande novidade dessa fase é que será possível, por exemplo, que uma pessoa que queira fazer um pagamento por uma entrega de comida ou uma compra numa loja virtual não precise acessar o aplicativo do seu banco para enviar um Pix. O próprio vendedor será autorizado a fazer a intermediação entre a conta do cliente e a do seu estabelecimento.
Toda a implementação é desafiadora da perspectiva tecnológica, e um prazo um pouco maior é visto com bons olhos por todas as instituições financeiras envolvidas.
Os bancos grandes têm os chamados “sistemas legados”, que armazenam informações de décadas. O trabalho de adequar dados para compartilhamento com outras instituições é mais complicado, mesmo no atual ritmo acelerado dos trabalhos. Até os departamentos de marketing das instituições entram no esforço. Algumas já fazem campanhas para explicar o Open Banking e atrair clientes.
No BC, o entendimento é o de que ajustes no cronograma são naturais para que a implementação seja bem feita, mas o início da fase final continua previsto para 15 de dezembro.
A partir daí, o BC quer evoluir para o que chama de Open Finance, com a abertura ao público dos dados sobre as características de produtos de investimentos, seguros, câmbio e outros ofertados no mercado por todas as instituições. No ano que vem, clientes poderão decidir compartilhar também seus dados sobre esses produtos com as instituições. A expectativa é que o mercado continue inovando a partir dessa base já instalada e novos produtos e serviços financeiros que sequer existem hoje comecem a ser ofertados.
— Hoje falamos em Open Finance e não mais em Open Banking, porque é mais abrangente. Grande parte dos novos projetos do BC está fora do mundo tradicional bancário. Há toda uma parte de finanças descentralizadas que vão ser conectadas juntamente com o Open Banking — disse o presidente do BC, Roberto Campos Neto, em julho, ao apresentar o cronograma. —Tudo isso faz parte de um arcabouço mais digital no futuro, onde vamos conseguir ver esses produtos navegando de forma transversal, com um custo de intermediação muito mais baixo.