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Um dos principais motivos de falência está na falta de planejamento e de atenção aos sinais de que o negócio vai mal.
“O brasileiro tem mentalidade empreendedora, mas tende a ignorar os sinais do mercado”, diz Marco Moreno, consultor do Sebrae.
Para saber a hora de parar, é preciso ter o olhar atento ao fluxo de caixa e fazer cálculos.
Na opinião de Bárbara Kemp, arquiteta fundadora da Kemp Projetos e Gerenciamento, todo empresário precisa fazer um curso de contabilidade e entender a diferença de termos básicos. Lucro é uma coisa, rentabilidade é outra, por exemplo.
Enquanto o lucro líquido é o rendimento real da empresa (o faturamento menos todos os custos), a rentabilidade tem a ver com o capital colocado no negócio. Esse índice é calculado a partir da divisão do valor do lucro em um período pelo valor do investimento realizado.
Lucratividade, por sua vez, é a porcentagem do ganho obtido pela empresa. É calculada dividindo o lucro líquido pela receita e multiplicando o resultado por cem.
Dominados os conceitos e feitos os cálculos, é hora de analisar os números para verificar a situação da empresa. De acordo com Moreno, o mais importante é observar os indicadores de lucratividade e rentabilidade do negócio. “Um índice de lucratividade de 10% é o ideal, enquanto uma rentabilidade a partir de 2,5% é considerada razoável”, afirma.
O empresário que ficar de olho apenas no lucro pode acabar quebrando mesmo com números positivos.
“É comum empresas darem lucro, mas quebrarem por problemas de fluxo de caixa”, diz Leonardo Castelo, fundador e presidente da Ecoville, rede de franquias de produtos de limpeza. “É preciso saber quanto se espera de lucro e ter planejamento estratégico. Não apenas olhar para a receita”, afirma.
Se a rentabilidade da empresa for baixa, diz Bárbara Kemp, o negócio não se paga.
Segundo especialistas, não há fórmula certa para saber por quanto tempo uma empresa deve se manter aberta se os indicadores financeiros estiverem ruins.
Na opinião de Moreno, do Sebrae, no universo das micro e pequenas empresas, índices de lucratividade negativos por um período de três meses são sinal de que é preciso rever processos para reverter o cenário, cortando custos, por exemplo.
Para Walter Cavalcante, diretor-executivo da Sinapse, que faz gestão financeira para pequenas e médias empresas, se o negócio estiver há mais de um ano contraindo empréstimos para pagar gastos fixos, é melhor fechar do que continuar investindo.
Castelo diz ter aprendido na prática que o empreendedor precisa ter uma visão de seis meses do fluxo de caixa, para se prevenir.
Ele começou a empreender com pouco capital de giro, sem planejamento, e em três meses quase teve que fechar. “Acabei com meu capital de giro e fiquei dois anos dormindo no chão do galpão”, conta.
Em casos como esse, Cavalcante recomenda que o empreendedor tente transformar custos fixos em variáveis. Pode-se, por exemplo, tentar renegociar o aluguel e pagar uma porcentagem da receita da empresa em vez de um valor fixo todos os meses.
Foi o que fez Bárbara Kemp, quando sua companhia, fundada em 2006, chegou perto de encerrar suas operações durante o início da crise econômica no país, em 2014.
De 200 funcionários passou a ter apenas 30 e durante o seu pior momento perdeu 95% do seu faturamento. Kemp e o marido decidiram, então, que se não melhorassem até meados de 2017 fechariam o negócio.
“Quando você está com dinheiro, não se preocupa com os custos. Por causa disso, paramos, olhamos os valores e revimos todos os contratos”, conta a empresária.
Uma grande aposta de renovação foi o investimento em tecnologia. A empresa criou um sistema de gerenciamento e apostou em equipamentos, como um escâner a laser para mapear ambientes e melhorar processos de trabalho diminuindo custos.