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O crescimento de um negócio é uma condição que todo empresário precisa buscar incessantemente. Após conquistar a estabilidade financeira, as empresas entram numa fase mais sólida, com um nome mais conhecido no mercado e um produto ou serviço com maior aceitação. Quando sobra algum dinheiro no fim do mês, este pode então ser um indício de que seu negócio suporta uma ampliação. Mas como saber o que você deve fazer para expandir sua empresa sem correr riscos? Antes de tudo, não há uma fórmula mágica para isso. O risco irá existir, mas o empresário pode minimizá-lo se usar os parâmetros corretos na hora de ampliar. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) há uma série de indicadores e constatações que demonstram quando uma operação de expansão está pronta para ser executada.
O que acontece é que alguns empreendedores acham que somente os grandes empresários podem expandir. Que se trata de uma manobra milionária envolvendo uma operação fora de cogitação. Mas de acordo com o Sebrae, até um pequeno negócio pode expandir. De forma geral, existem três modelos de ampliação de uma empresa, são eles: expansão da estrutura física, por meio de franquia e por fusão ou aquisição. Segundo o coordenador da Unidade Sebrae RMR, Leonardo Carolino, na fase que as empresas adquirem um grande número de clientes, este é um sinal para ficar atento a uma possível expansão. “A gente vê hoje um cenário de pequenas empresas se unindo a outras. Com isto, o empreendedor elimina um potencial concorrente, além de trazer para si a operação e internalizar em seu negócio”, explica.
Sendo assim, ter uma quantidade consolidada de clientes é um dos pontos principais a serem observados antes de expandir sua empresa. “Outras questões que o empreendedor deve ficar atento são a demanda e lucro contínuo por um período de cerca de três anos. Além destes, ainda é preciso diversificar a linhas de seus produtos ou serviços e ficar de olhos abertos quanto ao crescimento do setor que atua”, acrescenta.
A partir deste senso de desenvolvimento, o empreendedor pode empregar mais e melhorar todo o entorno que envolve a empresa, que pode ir desde fornecedores a sócios e clientes. No ano de 2015, a idade média das empresas atingiu 10,9 anos. O índice é o maior registrado da série desde 2007 (10,6), quando naquele ano a taxa atingiu o maior patamar. Perto de atingir essa marca, empresária há 8 anos, Renata Jardim que é dona de uma locadora de móveis explica que para ampliar um negócio é preciso sempre estar atento às demandas que o mercado pede.
“Antes de investir alto, eu compro uma quantidade mínima de móveis e apresento ao mercado. Se houver aceitação, vou em frente e compro uma quantidade maior. Desta forma, o consumidor me dá um ‘norte’ sobre os produtos que devo adquirir”, detalha. A empresária ainda conta que sempre olha o mercado de móveis fora do Brasil. “Sempre observo às tendências de móveis em Milão, na Itália, onde acontece todo esse mercado de móveis. Com isso, eu tento me adiantar e isso me ajuda lá na frente a expandir ainda mais”, ressalta. Renata ainda conta que começou a empresa na sala de casa e hoje já tem dois galpões e cerca de 16 mil móveis. “A gente tem que ampliar acompanhando o que o mercado absorve. Fazendo assim fui crescendo aos poucos, mudando para um local maior que comportasse os móveis”, acrescenta.
Reduzir para ampliar
Em 2016, 648,5 mil empresas entraram no mercado, em um universo de 4,5 milhões de empresas ativas, o que representa uma taxa de entrada de 14,5%. Naquele ano, existiam 20.998 empresas de alto crescimento, que ocupavam 2,7 milhões de pessoas assalariadas. As empresas de alto crescimento são aquelas que aumentaram o número de empregados pelo menos 20% ao ano, em média, por três anos consecutivos.
Entretanto, o crescimento de uma empresa, para quem ver de fora é muito visual, mas nem sempre se trata disto. Quando se fala em expansão, o momento precisa ser muito bem planejado para não haver erros. Por sua vez, nem sempre a expansão significa aumentar de tamanho. Quando a empresa já está estabelecida, o que ela precisa fazer para crescer? “Em suma, a expansão consiste em crescimento de mercado”, explica o coordenador da Unidade Sebrae RMR, Leonardo Carolino ainda dizendo que a inovação está relacionada a melhorias, do produto, da qualidade técnica.
Foi desta forma que pensou o empresário e fisioterapeuta Sandro Ramos, dono de uma clínica de fisioterapia especializada em quadril. Ele tinha cinco clínicas espalhadas no interior do Estado onde atendia uma diversidade de especialidades, mas depois de um tempo, colocou as contas na ponta do lápis e resolveu fechá-las para abrir apenas um único estabelecimento. O exemplo citado, contudo não se trata de uma ampliação convencional como estamos acostumados a ver. “A estratégia que Ramos usou é chamada de desinvestimento, onde a empresa concentra todas as atenções para o core do negócio, revendo os custos fixos, variáveis para aumentar a lucratividade”, destaca Carolino dizendo que a tomada de decisão deve ser sempre consciente e coordenada.
Ampliando um negócio desta forma, o empreendedor pode também conseguir maximizar seu lucro, reduzir a quantidade de tempo trabalhada e ter uma melhor qualidade de vida e no atendimento do produto ou serviço. “Centralizando minha empresa foi possível ter mais qualidade no meu atendimento e consegui melhorar o faturamento do meu negócio. Quantidade não quer dizer qualidade”, detalha. De acordo com o empresário, o faturamento aumentou em cerca de 50% após a decisão de fechar as clínicas e montar um local especializado em quadril.
“Quando você passa por todas as fases como a questão do gargalo inicial com a parte burocrática, modelo de negócio, crescimento de demanda este pode ser um bom momento para ampliar com segurança”, destaca Ramos. Vale ressaltar ainda que sempre que uma empresa passa por este momento de ampliação o trabalho cresce de forma proporcional. “Esse ponto é muito importante. O empreendedor precisa avaliar se está disposto a se doar por mais tempo. Esse processo consome muito tempo de trabalho e é preciso fazer algo que não atrapalhe a vida pessoal do empresário”, acrescenta Carolino.