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O ano de 2019 vem sendo um desastre financeiro para muitos condomínios, resultado de aumentos na conta de gás, dissídios coletivos acima da inflação e descontrole no consumo de água, entre outros fatores.
Trata-se de um fenômeno nacional, que complica a vida dos síndicos e administradores. Naturalmente, os ânimos estão acirrados e a temperatura está elevadíssima nos grupos de WhatsApp, nos corredores e nas assembleias.
Nesse cenário, o trabalho em grupo, com comissões temáticas que dão apoio ao síndico, é o segredo para uma gestão tranquila e equilibrada.
Cuidar de um condomínio virou tarefa extremamente complexa e requer uma equipe multidisciplinar.
Tudo precisa ser feito com planejamento, em primeiro lugar. A crítica mais comum aos gestores é justamente a falta de organização.
No limite, a ausência de planejamento na administração do condomínio pode, muitas vezes, terminar em destituição ou renúncia de síndicos e conselheiros.
Tal qual uma cidade, cada prédio deve traçar seu plano diretor, com metas, prioridades, processos e procedimentos, tudo muito bem exposto e aprovado em assembleia.
O caminho é um estudo aprofundado nas contas, nos contratos e na operação como um todo, de forma a buscar economia e racionalização de custos, sem aventuras e ideias mirabolantes.
O planejamento deve ser feito em seis grandes áreas: finanças, obras, manutenção, segurança, jurídica e social.
A gestão de cada uma delas deve, num contexto de trabalho coletivo, aproveitar o talento e a habilidade dos moradores voluntários. Ainda assim, a liderança cabe ao síndico, ao conselho e à administradora.
A pesquisa de opinião junto aos moradores é a ferramenta mais eficaz e simples para a definição de prioridades e para a execução de um plano de trabalho, investimento e benfeitorias para o condomínio.
O uso dessa ferramenta pode ser especialmente eficaz diante do preocupante cenário de assembleias vazias, com quórum baixíssimo. A adesão às pesquisas nos prédios costuma ser maciça.
Para que ela atinja seus objetivos e possa ser utilizada com segurança jurídica, colaborando para o planejamento de um ano inteiro, alguns cuidados são necessários, como a existência de um protocolo oficial de entrega do questionário aos condôminos e a ampla divulgação dos resultados aos moradores.
É importante ressaltar que cada condomínio tem sua realidade própria, sua história e suas especificidades, assim, não adianta comparar o valor da sua mensalidade com a do prédio do cunhado, do amigo ou da sogra.
Márcio Rachkorsky
Advogado, é membro da Comissão de Direito Urbanístico da OAB-SP.