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Quando a atividade física faz parte da política da empresa

Fonte: Gazeta do Povo
02/08/2017
Contábil

Um levantamento realizado pela Sodexo com 1.133 pessoas em todo o Brasil mostrou que 48% dos entrevistados diminuíram a prática de atividade física em função da crise político-econômica nacional. 59% dos participantes afirmaram que o preço é o fator que mais influencia a prática de exercícios, seguido pela disponibilidade de tempo (57%), motivação (33%), distância do local onde pratica (20%) e companhia de amigos (8%).

Além disso, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada periodicamente pelo IBGE mostram que menos de 40% dos brasileiros costumam praticar algum tipo de esporte ou atividade física. Os resultados preocupam quando levam-se em consideração o impacto das atividades físicas no bem-estar e que a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta o sedentarismo como o quarto maior fator de risco de mortalidade global. 

Para a presidente do conselho da consultoria DMRH e da Cia de Talentos, Sofia Esteves, essas informações não podem ser ignoradas pelas empresas. “Existe uma relação, já conhecida, entre a prática esportiva, a saúde, o bem-estar e a produtividade: pessoas que se movimentam são mais saudáveis, trabalham melhor, possuem uma performance equilibrada, reduzem os custos com exames e consultas médicas e ainda tornam o ambiente corporativo atraente para novos talentos, além de reter os já conquistados”, escreveu em seu perfil no LinkedIn.

A oferta de academia, ioga e massagem é o quarto benefício mais atraente para os profissionais, segundo uma pesquisa do Great Place to Work (GPTW), e existem várias saídas para as companhias que querem passar a oferecer esse tipo de estrutura para os seus colaboradores. As maiores podem montar academias próprias, mas também é possível disponibilizá-las por meio de associações de funcionários, fazer parcerias ou fornecer “vales-atividade física” como benefício. 

Investimento que se transforma em economia

“A ginástica laboral já é uma realidade na maior parte das empresas como parte dos programas de saúde e medicina do trabalho”, garante Adeildo Nascimento, um dos diretores da Associação Brasileira de Recursos Humanos no Paraná (ABRH-PR), que afirma que o mundo corporativo vem adoecendo a taxas cada vez mais altas. “Isto eleva os gastos com planos de saúde corporativos. Atitudes de prevenção e de incentivo a atividades físicas jogam na mão contrária desta tendência e ajudam na redução dos custos das empresas”.

Enquanto a atenção à saúde dos funcionários leva a menos gastos com licenças médicas, a satisfação pessoal anda de mãos dadas com uma produtividade maior. Na sede curitibana da fábrica de equipamentos médicos BD, há dois anos foi montado um grupo de corrida que usa a própria estrutura ao redor do prédio da empresa para treinar. 

“Como a nossa fábrica tem uma pista de 800 metros ao redor do prédio, a gente consegue treinar aqui na mesmo”, conta o diretor industrial da planta de Curitiba, Joaquim Neto, que relata trabalhar melhor e produzir mais quando pratica exercícios. “Então, escolhemos algumas provas ao longo do ano e combinamos de correr todos juntos”. Nessas ocasiões, por meio de uma parceria com o SESI, os atletas da empresa são acompanhados por um educador físico que dá suporte para as provas — também são profissionais do Sesi que realizam ginástica laboral de duas a três vezes por semana com os funcionários.

“Para os funcionários que desejem fazer academia ou qualquer atividade física, disponibilizamos a realização de exames de aptidão física no ambulatório da empresa. Também promovemos a Semana da Saúde, em que há forte campanha incentivando a prática de exercícios físicos dos funcionários”, diz a diretora de Recursos Humanos da BD Brasil, Stella Fornazari.

Para Stella, hábitos saudáveis ajudam a equilibrar vida profissional e pessoal. “Um ambiente saudável de trabalho reflete no bem estar do funcionário e na sua forma de interação com a empresa, aumentando a motivação e o nível de engajamento”.

Felicidade no trabalho

A fabricante de portas Pormade, com sede em União da Vitória, ficou em terceiro lugar entre as médias empresas no ranking do Great Place to Work em 2016. Um dos motivos para isso é justamente o empenho da empresa em proporcionar bem-estar investindo na prática de atividades físicas. A lista é grande: ginástica laboral; uma professora contratada para dar aulas de ginástica, zumba e pilates às terças e quintas-feiras e ginásticas funcional às sextas-feiras; campo de futebol, quadra de vôlei de areia e quadra poliesportiva — que está quase pronta — disponíveis na associação dos funcionários; e parceria com o Centro Universitário de União da Vitória (Uniuv), que diariamente abre as portas do seu centro poliesportivo e da academia para os trabalhadores.

A Pormade ainda promove regularmente competições esportivas internas. Mas para quê tudo isso? “Enxergamos o esporte como fonte de integração”, conta o gerente de recursos humanos da companhia, Rafael Gregório Jaworski. “Quando a gente está bem fisicamente, o humor melhora. Não precisa ter cara de brabo para dar resultado: bom desempenho e bom humor andam juntos. Dá resultado ser feliz”, ressalta. 

Jaworski diz, ainda, que os funcionários são mais motivados e mais felizes e isso, segundo o diretor da ABRH-PR, faz todo sentido. “Ações como estas refletem diretamente na qualidade de vida do trabalhadores e na produtividade das empresas”, afirma.

“Empresas que investem na saúde de seus trabalhadores são mais rentáveis e eficientes. Não é a toa que, em empresas de capital aberto, indicar ações que contribuam para um ambiente de trabalho saudável refletem na decisão dos investidores na hora de comprar ações”, diz ele.

Dedicar recursos à saúde dos funcionários não é tendência, assegura Nascimento. “Já é uma realidade. Empresários e empresas de sucesso já encaram estas práticas como necessidades intrínsecas dos negócios”.

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