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Se antes a maioria das empresas queria ter o departamento financeiro dentro de sua estrutura, com o teletrabalho essa realidade vem mudando.
De acordo com Beatriz Machnick, contadora e especialista em Controladoria e Finanças, ainda havia resistência por parte dos escritórios em relação a essa transferência, mas o cenário mudou com a pandemia.
“Com a pandemia e a introdução do home office que, agora em março de 2021 completa um ano, muitos clientes estão nos procurando para fazer essa terceirização das atividades-meio”, conta.
Vantagens terceirização
As vantagens vão desde custo-benefício, questões de vínculo empregatício, até mesmo o fato de os proprietários terem uma opinião externa em relação ao negócio, sem envolvimento emocional e sem preocupações, além da consultoria e orientações como um todo.
“Sempre comento que o financeiro é o coração de qualquer negócio e ele é também um dos setores mais desafiadores dentro da estrutura organizacional. O financeiro é um funil, ou seja, tudo reflete dentro dessa área: a operação de atividade-fim, as vendas, a produtividade da equipe, entre outras questões”, esclarece Beatriz.
Ainda segundo a especialista em finanças, esse é um departamento que precisa ter uma organização impecável na parte operacional, ou seja, contas a pagar e receber, emissão de notas fiscais, informações para contabilidade, controle de gestão do fluxo de caixa, controle da necessidade de capital de giro.
“Podemos dividir o financeiro em operacional, gerencial e estratégico. Mas um problema recorrente é que muitas empresas acabam travando na parte operacional, então funciona assim: organizam as contas a pagar e receber, emissão de notas fiscais, informações para contabilidade, controle de inadimplência, gestão de fluxo de caixa e controle de capital de giro. Contudo, muitos não usam essas informações para a tomada de decisões”, expõe Beatriz.
Visão estratégica
Ela ressalta a importância de as organizações terem conhecimento gerencial, uma visão do todo, seja por meio de um gestor financeiro ou um profissional externo com expertise maior em relação a isso.
“Quando se fala na parte gerencial, é preciso ter em mente a apuração de lucro do negócio, ou seja, saber avaliar se você está crescendo em lucratividade e não só em faturamento. Por exemplo: algumas empresas medem o sucesso pelo faturamento, mas esquecem de olhar para os custos e despesas. E aí o lucro não sai do lugar. Então, quando se pensa na parte gerencial, estamos falando em analisar a viabilidade econômica e financeira do seu negócio”, acrescenta.
Formação de preço
Além desses fatores, conforme cita Beatriz, vale observar a importância da formação do preço, seja de produtos ou serviços. O preço está ligado diretamente a obtenção da receita, errar neste cálculo pode comprometer todo o negócio. Para ter uma precificação assertiva é preciso ter o financeiro organizado.
A sócia-fundadora da BM Precificação e Finanças ressalta mais uma vez que, para crescer, as empresas precisam estar atentas ao operacional, gerencial e estratégico. E isso independe do porte ou segmento.
“Com embasamentos no financeiro e números reais do negócio, é possível aumentar os resultados, isto é, crescer em lucratividade”, conclui.