Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.
Para maiores informações acerca do tratamento de dados pessoais, acesse nossa Política de Privacidade.



Veja linhas de crédito para quem quer adotar energia solar

Fonte: Folha de S.Paulo
21/07/2021
Crédito

O crédito para adoção de energia solar fotovoltaica por micro, pequenas e médias empresas vive um crescimento da demanda. Hoje, há 70 linhas de financiamento voltadas para esse fim, segundo levantamento da Absolar, associação do setor.

Há opções em bancos públicos e privados, cooperativas de crédito e fintechs, com taxas de juros que começam em 0,74% ao mês, carência média de três meses e prazos que chegam a dez anos.

Só em 2020, o volume de financiamentos para sistemas de geração distribuída (quando a energia é gerada no local de consumo) no país alcançou R$ 4.1 bilhões, um crescimento de 28% em relação a 2019, de acordo com a consultoria Cela Clean Energy Latin America, que atua no segmento de energia renovável.

Mais da metade desses recursos foram para financiar sistemas de pequenos e médios negócios, que buscam reduzir custos operacionais e aumentar a competitividade.

Além do encarecimento da conta de luz, um fator que impulsiona esse mercado é o amadurecimento do setor, com empresas de projeto e instalação de sistemas espalhadas pelo Brasil.

"A crise hídrica e o alto custo da energia para as pequenas e médias empresas tornam mais claros os benefícios da energia solar. Além da economia, os empresários buscam previsibilidade no fornecimento", afirma Camila Ramos, fundadora da Cela e vice-presidente de financiamento da Absolar.

José Luiz Maziero, dono de um bar e de uma adega em Campinas (interior de São Paulo), instalou há três meses um sistema fotovoltaico com 48 placas solares e capacidade para gerar 1.300 kWh por mês. O investimento foi de cerca R$ 70 mil.

Ele buscou crédito junto à fintech Solfácil para viabilizar a instalação, que foi parcelada em 60 meses. Nesse período, viu a conta de luz cair de R$ 1.700 mensais para R$ 700.

A Solfácil tem linhas voltadas para projetos residenciais (entre R$ 10 mil e R$ 200 mil) e empresariais (até R$ 500 mil), com carência de seis meses e prazos de 24 a 60 meses. Hoje, 35% dos projetos financiados são voltados para micro e pequenas empresas, que pagam a tarifa mais cara do mercado.

"O grande gargalo para a disseminação da tecnologia era financiamento, por isso entramos com a solução", diz Fabio Carrara, fundador da Solfácil.

A fintech oferece a possibilidade de o cliente trocar o seu gasto mensal com a conta de luz pelo valor da parcela do sistema, com a perspectiva de recuperar o investimento total entre três e quatro anos.

Até o fim de 2021, a startup pretende lançar uma linha voltada a empresas rurais e alcançar R$ 1 bilhão em financiamentos concedidos.

No Sicred (Sistema de Crédito Cooperativo), a carteira para projetos de energia solar no país alcançou R$ 3,8 bilhões em maio, uma alta de 113% em relação ao mesmo mês de 2020. A maior parte (R$ 1,9 bilhão) foi para empresas. As taxas de juros são da ordem de 1% ao mês, e o prazo é de até 120 meses para pagar.

O Sicredi também oferece a modalidade de consórcio, na qual cotas podem ser utilizadas para aquisição de equipamentos para eficiência energética e geração de energia limpa —o que inclui geradores de energia eólica ou solar, dispositivos de iluminação de LED e aquecedores solares para água. A carteira é composta por R$ 1,2 bilhão em crédito, um crescimento de 44,5% em relação a 2020.

No Banco do Brasil, nos primeiros seis meses de 2021, a busca por financiamentos de sistemas de energia solar cresceu 41% em comparação ao mesmo período de 2020. Segundo o banco, eles têm atraído cada vez mais micro e pequenas empresas.

A linha mais usada para esse fim, a BB Financiamento, financia até 90% da aquisição e instalação de painéis solares, com juros a partir de 0,8% ao mês e prazo de até 60 meses, com três meses de carência.

O banco tem opções voltadas ao financiamento de usinas de geração de energia renovável (biomassa, eólica e solar) para empresas rurais.

Na modalidade consórcio, é possível adquirir sistemas de energias renováveis com cotas de bens móveis (consórcio auto, moto e trator/caminhão). Os créditos são oferecidos a partir de R$ 8.600, com prazo de até 120 meses.

Entre os bancos privados, o Santander também aposta nas empresas do agronegócio. Desde o mês de junho, o banco melhorou as condições de financiamento para a energia fotovoltaica no campo, com taxas de juros a partir de 0,74% ao mês, prazo de até 96 meses e carência de 120 dias. As condições valem para empresas de todos os portes e pessoas físicas.

A demanda por financiamento de energia solar vem crescendo fortemente nos últimos cinco anos, de acordo com Franco Fasoli, diretor de empresas, governo e instituições do Santander.

Entre 2015 e 2020, o banco financiou 50 mil instalações de sistemas, em um total de R$ 1 bilhão em crédito. Neste ano, a demanda segue aquecida —em junho a alta foi de 25% em relação ao mês anterior.

Na plataforma Meu Financiamento Solar, criada em 2020 pelo Banco BV para atender a demanda de pessoas físicas e jurídicas por projetos de energia solar, a alta nos pedidos de financiamento está diretamente ligada ao aumento do preço da conta de luz.

"Só nos últimos dois meses, tivemos um incremento de 50% nas solicitações de financiamento para pequenas empresas", diz Carolina Reis, diretora da plataforma do BV.

O banco oferece financiamento para energia fotovoltaica desde 2017, mas, no ano passado, criou a plataforma online e fez mudanças para atender aos pequenos. Ampliou o prazo da carência de 60 para 120 dias (o que garante que os clientes já notem economia na conta de luz) e de pagamento para 84 meses. Também passou a oferecer taxa de juros entre 0,75% e 0,98% ao mês.

Os estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio e Goiás lideram os pedidos.

INSTITUIÇÕES QUE EMPRESTAM ÀS MPMES

Banco BV
A Plataforma Meu Financiamento Solar oferece CDC (crédito direto ao consumidor) para sistemas de geração de energia solar fotovoltaica
Taxa de juros Entre 0,75% a 0,98% ao mês
Prazo até 84 meses
Carência 120 dias

Banco do Brasil
A linha BB Financiamento financia até 90% da aquisição e instalação de painéis solares, e a Agro Energia é destinada ao financiamento de usinas de geração de energias renováveis para empresas rurais. O banco oferece ainda a modalidade consórcio
Taxa de juros A partir de 0,8% ao mês
Prazo Até 60 meses
Carência 90 dias

Santander
Oferece financiamento de sistemas de energia solar e tem CDC voltado a tecnologias limpas
Taxa de juros A partir de 0,74% ao mês
Prazo Até 96 meses
Carência 120 dias

Solfácil
Financia sistemas de energia solar entre R$ 10 mil e RS 500 mil
Taxa de juros 1,3% ao mês (custo efetivo total)
Prazo Até 120 meses
Carência 180 dias

Sicredi
Tem financiamento de sistemas de energia solar e consórcio para compra de equipamentos
Taxa de juros 1% ao mês
Prazo Até 120 meses
Carência Varia conforme a operação

Desenvolvido por:

Desenvolvido por: