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18ª Convenção: entrevista exclusiva com Lays Amaral

Fonte: CRCPR
29/07/2021
Eventos

A administradora Lays Amaral é uma das palestrantes da 18ª Convenção dos Profissionais da Contabilidade do Paraná, maior evento da classe contábil do estado, que já conta com mais de 1.800 inscritos (para inscrever-se, clique aqui!). A palestra de Lays acontecerá no dia 18 de agosto, às 20 horas, com o tema "Experiência do colaborador como estratégia de singularidade nos negócios". 

Mestre em Gestão, Tecnologias e Sustentabilidade nos negócios e master coach em Negócios, Lays Amaral é diretora de Comércio e Serviços da Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu (ACIFI). Nesta entrevista, ela fala sobre os desafios de agregar a experiência do colaborador à estratégia e como reduzir a rotatividade nas empresas.

Confira a entrevista a seguir: 

CRCPR ONLINE: O que o profissional da contabilidade pode fazer para agregar a experiência do colaborador como estratégia?

Lays Amaral: Em geral, nos preocupamos muito com experiência do cliente. E isso está correto, pois precisamos olhar para as nossas entregas e entender como se está sendo percebido pelo mercado. Mas quando olhamos para dentro, para quem faz a operação acontecer e as interações internas, precisamos pensar também na experiência do colaborador. Avaliar se temos um ambiente que seja agradável, que promova inovação, que favoreça para que as pessoas deem ideias, se posicionem. Um ambiente em que saibamos ouvir e entender quais são as contribuições que cada profissional pode dar em detrimento daquilo que se busca em relação ao cliente e às entregas cada vez mais assertivas. Isso é fundamental. Se eu sou um profissional de contabilidade, sou responsável pelo bom desenvolvimento do meu setor. Não é só uma responsabilidade do departamento de recursos humanos, é uma estratégia para manter os melhores talentos. Então, somos responsáveis por criar esse cenário que favorece nossas entregas e resultados e a maneira como o mercado percebe, não só o profissional, mas aquele escritório de contabilidade. É um trabalho conjunto. Além disto, com tanta concorrência, precisamos nos conectar e promover uma experiência incrível internamente e de fato surpreender aquele cliente que aguarda por aquela prestação de serviços.

CRCPR ONLINE: Quais desafios o profissional deve estar preparado para enfrentar? Como os profissionais podem se adaptar?

LA: Acredito que o principal desafio vai ser trabalhar com flexibilidade e com agilidade para promover resultados reais. No âmbito da contabilidade, precisamos oferecer aquilo que o cliente precisa, que às vezes ele mesmo não enxerga. Então, o profissional da contabilidade precisa se manter atualizado e precisa entender e antecipar os problemas que a empresa pode enfrentar. Esses são aspectos que mexem muito com a rotina de estudos e de busca de novas soluções. O principal desafio vai ser o estudo constante e a avaliação daquilo que as pessoas ou esses clientes precisam entregar como solução incrível, que seja, quem sabe, capaz de mudar a história daquela empresa. 

CRCPR ONLINE: Como impedir que o colaborador mais experiente se acomode na sua rotina de trabalho e mantê-lo motivado a buscar a melhoria contínua?

LA: Isto é bem comum em várias empresas que eu atendo, inclusive nos escritórios de contabilidade. Temos profissionais que dominam o assunto ou entendem que dominam e já atuam na área há bastante tempo. Porém, por mais que eu tenha uma bagagem interessante, que eu tenha vivido muitas experiências, o ambiente é novo, então eu preciso utilizar minha bagagem para dar uma repaginada nesse novo momento. É necessário que nos atualizemos constantemente. Se esse colaborador está acomodado, ou seja, considera que a sua experiência é o suficiente, ele está fadado a sair do mercado. Essa é a realidade. Precisamos olhar para um objetivo em comum, conectar todos os profissionais, diretoria, gerência, colaboradores em prol de um propósito que seja plausível e isso pode ser o suficiente para abastecer o que a gente chama de motivação. Embora a motivação seja algo interno, preciso olhar e dizer ‘poxa, pra mim é importante fazer parte desse escritório de contabilidade e mudar a realidade dessa empresa’.  Uma forma de impedir que as pessoas fiquem desmotivadas é promover treinamentos internos. Acredito que aquele que tem bastante experiência quando é desafiado a conectar aquela bagagem a uma realidade atual, tem a oportunidade de promover esse conhecimento para aqueles colegas que estão iniciando na carreira. É uma maneira de utilizar esse talento que a empresa já tem, mas colocando ele em movimento, se integrando com todo o ambiente de inquietude e de busca de novas possibilidades.

CRCPR ONLINE: Como reduzir a rotatividade e impedir que os investimentos da empresa na qualificação de pessoal se percam com a constante troca de funcionários?

LA:  Precisamos imaginar pelo menos dois cenários. O primeiro cenário é aquele profissional que tem uma qualidade técnica, mas do ponto de vista comportamental não se conecta com aquilo que a empresa está buscando na estratégia e singularidade dos negócios. Então, existe um choque grande e essa pessoa acaba não ficando muito tempo na empresa, o que gera rotatividade. Por outro lado, tem aquele profissional que começou bem, entrega resultados, tem uma boa interação com o cliente, mas ao longo do tempo perde engajamento por vários motivos. Ele começa a desacreditar da empresa. Isso acontece muito quando o que é dito na reunião não é aplicado no dia a dia ou é aplicado apenas por algumas pessoas. Isto vai fazendo com que o profissional diga ‘essa não é a empresa que eu conheci há alguns meses/anos atrás, as coisas estão diferentes'. Então, implica no estilo de gestão que a empresa utiliza, não só para conduzir as atividades, mas como mantém os seus talentos. Tem pessoas que buscam crescer, se desenvolver profissionalmente, que estão se capacitando e nem sempre a empresa valoriza. Isto também gera rotatividade. Muitas vezes, investi em treinamento e capacitação ou foi criado um ambiente para isso, mas deixamos lacunas, pequenas brechas meio soltas. É preciso pensar o quão o propósito e ideia de desenvolvimento da empresa se conecta também com os anseios dos profissionais. Então, por exemplo, tem casos em que a empresa quer ser o melhor escritório de contabilidade do Brasil e estão trabalhando para isso, então quem atua no departamento de legalização ou financeiro almeja estar nesse lugar de referência nacional. São propósitos que brilham os olhos não só da diretoria, mas de todos os demais. Então, entender o que nós podemos construir juntos que gere resultados para todos também reduz rotatividade e faz com que as pessoas queiram ficar. Temos cases práticos nesse sentido e funciona muito quando a cultura é forte, quando o que é dito é praticado e a rotatividade reduz. Enfim, temos muito a falar deste assunto e vai ser uma alegria poder trocar essas informações na Convenção no que diz respeito ao futuro desse mercado! Espero todos lá!

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