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O crédito para pessoas físicas deve crescer 7% este ano, estima a Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi). Segundo a Acrefi, o que se prevê é o crescimento do crédito pessoa física com recursos livres, que cresceu 5,2% no ano passado.
Algumas linhas de crédito, que mostravam-se aquecidas no último trimestre do ano passado, continuam com bom desempenho neste primeiro trimestre, disse Nicola Tingas, economista da Acrefi. "Para o segundo semestre, é possível que haja um pouco mais de aceleração na tomada de crédito pelas famílias e também na oferta, que já tem sido maior.”
Segundo o presidente da Acrefi, Hilgo Gonçalves, o crédito poderá "dar um salto" se o Cadastro Positivo for aprovado, o que vai disponibilizar mais informações sobre o comportamento do consumidor e, com isso, oferecer linhas de crédito com juros mais baixos. “É uma forma em que todos, no mercado financeiro e de crédito, terão mais informações das pessoas. O Cadastro Positivo vai trazer informações sobre as pessoas em relação ao cumprimento das suas obrigações, mostrando o comportamento do cliente no pagamento de suas contas.”
O Cadastro Positivo está em análise na Câmara dos Deputados. O Projeto de Lei Complementar (PLP 441/17) que o institui teve origem no Senado e permite que instituições financeiras incluam informações no sistema sem autorização específica dos clientes. Esse novo banco de dados substituirá o cadastro que já existe e que, por ser optativo, não funciona na prática. Atualmente, o sistema reúne 6 milhões de consumidores.
Gonçalves estima que, com a nova ferramenta, a oferta de empréstimos cresça. “No Chile, onde o Cadastro Positivo foi adotado há anos, o volume de crédito equivale a 100% do PIB [Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços produzidos no país]. No Brasil, a fatia é de 46%, mas vai disparar, com certeza, se adotarmos essa alternativa”, afirmou.
De acordo com a proposta, o consumidor poderá pedir a retirada de seu nome do Cadastro Positivo se não concordar com a inclusão. Para Gonçalves, os consumidores de renda mais baixa e os microempresários deverão ter mais acesso ao crédito: “Quanto melhor o comportamento dele com relação aquele crédito que adquiriu, mais crédito ele terá, além de uma taxa de juros mais próxima do que é o próprio comportamento do cliente.”