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Inflação deve reduzir vendas do Dia da Criança

Fonte: Folha de S.Paulo
30/09/2022
Vendas

A CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) estima que o volume de vendas para o próximo Dia da Criança registre movimentação financeira de R$ 8,13 bilhões. Caso a expectativa seja confirmada, o varejo deve apresentar uma retração de 3,1% em relação ao ano passado.

Em 2021, ainda sob efeito da retomada parcial do consumo após a flexibilização das restrições por causa da pandemia, o setor registrou movimentação financeira de R$ 8,39 bilhões, segundo a confederação, um avanço de 12,8% ante 2020, recuperando, assim, o volume de 2019.

José Roberto Tadros, presidente da confederação, explica que o Dia da Criança é a terceira data comemorativa mais importante para o varejo —atrás apenas do Natal e do Dia das Mães. E que, neste ano, por mais que a circulação de consumidores esteja maior que no ano passado, a inflação ainda atrapalha.

"O reajuste dos preços dos produtos mais procurados para a data deve impactar as vendas deste ano", afirma. De acordo com o CNC, o fluxo de pessoas em áreas comerciais no Brasil foi 5% maior do que em fevereiro de 2020. Às vésperas da mesma data no ano passado, a circulação de consumidores em estabelecimentos comerciais situava-se 6,6% abaixo do período pré-pandemia.

Sobre a inflação, apesar de o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ter registrado deflação de 0,36%, segundo o IBGE, o brasileiro ainda sente perda no poder de compra, principalmente, nos alimentos e no vestuário.

BRINQUEDOS MAIS CAROS

Para a CNC, o preço médio dos bens e serviços relacionados ao Dia da Criança tende a subir 8,7% em 2022. Fabio Bentes, economista responsável pela apuração, diz que, se a previsão for confirmada, será o maior percentual de reajuste desta cesta de itens desde 2016, que foi de 8,8%.

Um dos destaques é o reajuste de 20% nos preços dos brinquedos, 17,6% no valor dos tênis e 15% nos sapatos infantis. Dos 11 itens avaliados, apenas os videogames estão mais baratos que no ano passado, com uma redução de 1,3%.

O segmento de vestuário e calçados será o destaque na data deste ano, respondendo por 29% do volume projetado, o que representa R$ 2,44 bilhões, seguido pelo ramo de eletroeletrônicos e brinquedos (27%, equivalentes a R$ 2,2 bilhões). Com movimentação esperada de R$ 1,45 bilhão, perfumarias e farmácias devem registrar o maior avanço, de 3%, em relação ao ano passado.

Regionalmente, os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro deverão responder por quase 60% do total movimentado com o Dia da Criança em 2022. Entretanto, o maior avanço regional em relação à data de 2021 é esperado no Espírito Santo, com alta de 5,6%.

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