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Se grandes empresas têm falta de caixa para encarar a crise do novo coronavírus, para as pequenas e médias essa situação é ainda mais dramática. Foram diversas as medidas anunciadas pelo governo para tentar amenizar o momento difícil que esses empreendedores enfrentam. Desde crédito para o financiamento de salários, prorrogação do pagamento do Simples e do recolhimento do FGTS até possibilidade de redução de jornada e suspensão de contratos, são muitas as possibilidades para aliviar os custos fixos destes empresários. No entanto, a grande quantidade de informações não garante acesso rápido e fácil a esses benefícios.
“A gente nem dorme direito, cada hora é uma coisa nova que sai. Temos passado tudo para os clientes, mas de uns 30 que estão buscando crédito, só 3 ou 4 conseguiram até agora. Não têm informação de como ter acesso a todos os benefícios anunciados”, diz Daniel Fernandes Segura, CEO da Incubadora Contabilidade do Futuro. Ele conta ainda que, até o momento, nenhum de seus clientes conseguiu acessar a linha de financiamento de salários anunciada pelo governo e que passou a ser oferecida em grandes bancos na última semana.
Segundo uma pesquisa da Intuit Quickbooks, empresa de tecnologia que oferece software de gestão para PMEs e contadores, mais de 70% das pequenas e médias empresas não têm planejamento financeiro previsto para períodos de crise, e 60% dos entrevistados acreditam que a pandemia da covid-19 vai reduzir em mais de 50% o faturamento de seu negócio. O levantamento mostrou também que 70% das pessoas acreditam que a crise representa alto risco para seus empreendimentos.
O que mais preocupa e gera a sensação de insegurança nos pequenos empreendedores é não saber por quanto tempo a crise vai durar e reduzir substancialmente o faturamento dos negócios. “Existem outros custos fixos para além da folha de pagamento e impostos. Os sistemas das empresas, prestadores de serviços contábeis, honorários de advogados são alguns deles. Além disso, os estoques também são um problema”, diz Fernandes.
Ele explica que clientes que têm comércio de moda, por exemplo, não vão conseguir renovar as peças da estação quando o movimento voltar ao normal. “Quando as lojas reabrirem, vai ser como começar o negócio novamente”, diz.
Empréstimo em fintechs
Seja pela facilidade de buscar o crédito por plataformas digitais ou pela dificuldade de encontrá-lo nos meios tradicionais durante a crise, pequenos empresários têm buscado startups. “A demanda por crédito nas fintechs cresceu muito. Tanto pela facilidade de acessá-las de forma digital, quanto pelos grandes bancos estarem mais avessos a risco. Isso faz a demanda migrar para as fintechs. Além disso, há demanda adicional pelo momento econômico”, diz Rafael Pereira, presidente da Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD).
De acordo com dados da BizCapital, fintech de empréstimos, para 33% dos empreendedores, cerca de 80% a 100% da receita já foi perdida em razão da crise. Na comparação de março de 2019 com o mesmo mês de 2020, houve aumento de 20% nos pedidos de empréstimo à fintech. No entanto, não está fácil atender à demanda.
Rafael diz que as fintechs enfrentam um período de dificuldade na captação de recursos, justamente em razão da crise. Ainda assim, o setor trabalha junto ao BNDES para mediar linhas de crédito que devem ser concedidas pelo banco de desenvolvimento.
Rapidez no fluxo de informação e no trabalho de fazer o dinheiro chegar à ponta, porém, são fundamentais aos pequenos negócios. “A rapidez nesses processos vai garantir a sobrevivência das empresas e a tranquilidade dos empreendedores”, conclui Daniel Fernandes, da Incubadora Contabilidade do Futuro.